A alegria da celebração, nesse dia 28 de outubro, ficou sob a sombra da campanha injusta alimentada contra o Servidor Público, por parte de quem deseja destruir o Estado de Bem-Estar estabelecido pela nossa Constituição.
Tal é o interesse político em jogo, que na crise sanitária a presença forte dos servidores, em todos os espaços, que vão do silêncio da pesquisa ao esforço da enfermagem, não foi suficiente para frustrar essa narrativa simulada de destruição de conquistas sociais.
Esse discurso de extermínio é realizado até por sutis mudanças de linguagem. Assim, quando a palavra Servidor, em qualquer narrativa, é trocada pela palavra Colaborador, por trás dela está a matriz da terceirização, que em regra significa precarização do trabalho, do salário e da vida.
A linguagem histórica e constitucional identificadora de nossa categoria variou entre a palavra funcionário e a palavra servidor, e assim tem sido atacada e traída.
O que nos resta fazer nesses dias de tumulto e de intoxicação virtual?
A palavra é simples. Devemos ficar unidos, aprofundar a consciência dos problemas e das ameaças à democracia e, portanto, as instituições democratas, porque só na democracia a pessoa é consagrada com valor substantivo, em torno da qual e sobre ela incidem as políticas públicas de redenção.
Há erros? Precisamos ficar atentos à produção da eficiência da máquina estatal?
A verdade é que qualquer erro, praticado em qualquer instituição do país, civil ou militar, não pode se tornar chamariz de destruição, batizada com discursos genéricos e imprecisos. Torna-se sempre motivo de correção, de corrigenda. Como aliás decorre da lei da evolução permanente. A democracia, aliás, é sempre inacabada, exigindo de cada um permanente mobilização para a sua defesa.
No Dia do Servidor, o caminhar juntos é a nossa sina, afastando qualquer liderança dúbia, ou simulada, para que nossa ligação de solidariedade seja alicerçada na ligação solidária entre o Estado e o cidadão, e fraternalmente entre nossas Associações e seus e nossos associados.
A AFPESP, Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, próxima de completar 90 anos, com quase 250 mil associados, tem o peso de sua tradição de lutas para impulsionar permanentemente sua vocação de unidade, de dignidade, de abertura à inovação técnica e ao avanço cientifico, de assumir sem tergiversação as exigências da transparência, em nome da valorização do Servidor Público e na defesa do Estado Democrático de Direito, e de sua máxima eficiência.
Afinal, valorizar a pessoa humana, servidora ou não, só pode ser na Democracia, pois nela a centralidade é ela, a pessoa.