Genocídio: Delito contra a humanidade definido pela ONU. Consistir no emprego deliberado da força visando o extermínio ou a desintegração de grupos humanos, por motivos raciais, religiosos, políticos etc. (in: Dicionário da Língua Portuguesa, Encyclopedia Britannica do Brasil). Cada hipótese desse conceito foi introduzida no direito internacional, através da Convenção da Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, de 1948, no seu artigo II, a saber: a) matar membro do grupo, b) causar sérios danos físicos ou mentais a membros do grupo, c) Submeter intencionalmente o grupo a condições de vida destinadas a causar a sua destruição física no todo ou parte, d) imposição de medidas destinadas a impedir o nascimento de crianças dentro do grupo, e) transferência forçada de um grupo para outro grupo.
O ataque do Hamas aconteceu depois que o primeiro-ministro Benjamim “Bibi” Netanyahu, no final do ano passado, declarou da tribuna das Nações Unidas – ONU, a extinção da Palestina, já que apresentou o mapa da Grande Israel, em que ela não mais aparecia. Como desde 1948, Israel nunca cumpriu nenhuma Resolução expedida por esse coletivo internacional – ONU — esperava-se que existiria um mecanismo de prisão preventiva, confiante plenamente no sucesso da prática de extermínio prolongado, no tempo, como se já tivesse esvaído o sangue, a dignidade e a honra de um povo humilhado diariamente. Enganou-se, enganamo-nos. Nosso engano foi construído pela maneira com que nossos jornais e noticiários e comentários de TV se omitiram sempre sobre o drama diário dos palestinos, na faixa de Gaza cercada e na Cisjordânia, que constituiria o Estado palestino, mas vagarosamente ocupada por 700 mil colonos vindos de outros países, à custa e convocação do Estado de Israel, dirigido tradicionalmente por sionistas, que representam um movimento político raivoso, violento, discriminador.
Portanto, torna-se risível que jornalistas brasileiras, servis, afrontem o Presidente do Brasil por ele ter expressado, como líder mundial inclusive, o que a comunidade internacional pensa a respeito da morte de 30 mil pessoas, homens, mulheres e crianças, com requinte de ataque inclusive a hospitais.
Qualquer pessoa pode pesquisar no Google “Gaza – prisão a céu aberto”, e seguramente vai encontrar matéria muito anterior a atual guerra, que revela a normalidade da violência exercitada impunemente pelo governo sionista:
Em matéria veiculada no dia 30/07/2021, assinada por Sayid Marcos Tenório, sob o título: “Israel tornou a Faixa de Gaza uma prisão a céu aberto”, e registra: “O escritor Eduardo Galeano simplificou o apartheid que os palestinos continuam sofrendo com o bloqueio imposto à Faixa de Gaza por Israel desde 2007. Ele escreveu que Gaza se tornou uma ratoeira sem saída, desde que o Hamas venceu as eleições de forma limpa em 2006”.
E continua: “Durante esses 14 anos de bloqueio, a ocupação israelense tem privado os palestinos de seus direitos básicos, como o direito a uma vida decente, exercendo uma punição coletiva que pode ser considerada crime de guerra, de acordo com o Direito Internacional e o Direito Internacional Humanitário”.
Noam Chomsky (Filadélfia, 07/12/1928), linguista norte-americano, filósofo, em artigo divulgado em 2014, sob o título “O pesadelo de Gaza e a disputa de interesse” assinala: “No meio de todos os horrores que se desdobram na mais recente ofensiva israelense, a meta de Israel é simples: um retorno à norma. Na Cisjordânia a norma é Israel prosseguir com sua construção ilegal de assentamentos e infraestrutura, para que possa se integrar a Israel o que possa ser de valor, enquanto entrega aos palestinos os cantões inviáveis, e os submete à repressão e à violência. Para Gaza a norma é uma existência miserável sob um cerco cruel e destrutivo que Israel administra para permitir a mera sobrevivência e nada mais”.
O Google, em publicação de 10 de junho de 2013, veicula a matéria segundo a qual “Entre os dias 1 e 3 de dezembro de 2012, a eurodeputada Alda Sousa visitou Gaza, numa delegação internacional de que fez parte também a deputada Helena Pinto. Foram os primeiros estrangeiros a entrar no território depois dos intensos bombardeios israelitas da chamada operação “Pilar de defesa”.
A jornalista brasileira provocou o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, na visita ao Presidente Lula, e ele respondeu, ensinando políticos e demais interessados de boa ou má-fé, dizendo que era amigo de Lula, e viu nas palavras dele em relação à guerra de Israel solidariedade à dor, como ele mesmo declarante o era.
Recentemente, e surpreendentemente, o governo norte-americano disse estar incomodado com a ocupação ilegal da Cisjordânia.
A imprensa brasileira, mais ligada a interesses privados ou aos preconceitos emergentes na política, nem assim percebeu que não foi o Presidente brasileiro que invocou o episódio do Holocausto, símbolo da estupidez humana, com a morte de seis milhões de judeus, na 2ª guerra mundial. Foi, sim, o primeiro-ministro Benjamim “Bibi” Netanyahu que o mencionou, para usá-lo, mais uma vez, como se desse a ele e ao seu Governo racista o monopólio da dor e simultaneamente e, mais uma vez, para fazê-lo de blindagem das barbaridades que comete.